O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) determinou neste domingo (17) que o Google quebre em 24 horas o sigilo de um usuário do serviço de e-mail da empresa. Esse usuário ameaçou de morte o youtuber Felipe Bressanim Pereira, mais conhecido como Felca. Os e-mails enviados continham mensagens como: “prepara pra morrer vc vai pagar com a sua vida” e “vc vai morrer se prepara por sua vida vc corre risco e vc vai pagar com a vida”.
O juiz Pedro Henrique Valdevite Agostinho determinou que sejam repassados os dados de identificação vinculados à conta de e-mail, incluindo os IPs de acesso dos últimos 6 meses, portas lógicas de origem, data e hora de acesso, além de quaisquer informações cadastrais que possam identificar o usuário. Ele estabeleceu uma multa diária de R$ 2 mil, limitada a R$ 100 mil, para caso ocorra o descumprimento da ordem judicial.
O influenciador digital Felca denunciou recentemente o crescimento da adultização entre crianças e adolescentes nas redes sociais, um tema pouco abordado por outros influenciadores. Após a repercussão do vídeo, parlamentares e autoridades se comprometeram a criar uma proposta de regulamentação nas redes sociais.
Em seu vídeo, Felca mostrou como o algoritmo das redes sociais pode entregar conteúdos para pedófilos e entrevistou uma psicóloga para destacar os perigos da exposição nas redes para crianças e adolescentes.
As denúncias feitas por Felca envolveram o influenciador Hytalo dos Santos, que publicava conteúdo sexualizado envolvendo menores nas redes sociais e mantinha uma relação imprópria com adolescentes em sua casa. Hytalo e seu marido, Israel Nata Vicente (conhecido como Euro), foram presos por tráfico humano e exploração sexual infantil. A defesa do casal alega inocência e considera a decisão de prisão como uma medida extrema.
Segundo o Código Penal brasileiro, tráfico humano é caracterizado quando uma pessoa é aliciada, comprada ou acolhida com propósitos como exploração sexual. Hytalo e Euro são investigados pelo Ministério Público da Paraíba por suspeita de explorar menores de idade nas redes sociais, utilizando vídeos viralizados que sexualizam crianças e adolescentes.
A promotoria alega que Hytalo pagava às famílias dos adolescentes para abrigá-los em sua casa, os menores eram chamados de “cria” pelo influenciador. Além disso, ele confiscava os celulares das vítimas para garantir que apenas seu perfil fizesse postagens, concentrando a audiência em suas plataformas. O Google ainda não se pronunciou sobre o caso.
*Com informações do Estadão Conteúdo
Publicado por Carol Santos